A luz do sol pintada na tela mais velha!: janeiro 2007

domingo, janeiro 28, 2007

Demais...



Num restauro de emoções
Proclamo a dor do momento
Respiro o sentimento
Deliro ao movimento
Entro e saio por portas descaídas
Sopro emoções do acaso
Abro e fecho recordações vividas
Divorcio-me...
Namoro...
Acabo e caso
Caso em casa sem caso de um acaso
Voo e aterro numa só respiração
Calo a vida de uma flor em vaso
Brilho sem luz na voz do coração
O meu ser exalta-se no espaço
A minha dor reflecte-se no olhar
A minha voz cala-se em tudo o que faço
O meu mundo parece não rodar
Não toa em mim o segredo
Não nutre em mim o desejo
Não esqueço por ti o medo
Não espero de ti o beijo
Acordo sem sonhar demais
Adormeço a pensar demais
Parto a viver demais
Regresso cedo demais
Espero demais
Doi demais
É demais
Doi demais
Demais
Sempre demais
Demais
Demais
...

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Há já algum tempo...



Há já algum tempo que respiro
Inspiro e expiro
Choro e riu
Tenho calor e frio
Há já algum tempo que não sinto a minha falta
Que não estou em alta...
Levanto-me e tropeço
Peço mas não confesso
Há já algum tempo que sinto o vazio
Não sinto o arrepio
Perdi a pronuncia no olhar
Perdi o brilho de amar
Há já algum tempo que tento não chorar
Dar um passo para andar
Recuar sem dor
Suspirar de amor
Há já algum tempo que ando por aí...
Penso muito em mim
Não chego a uma conclusão
Doi-me o coração
Há já algum tempo que a sorte não me visita
Minha voz não grita
Minha mente se evaporou
Minha alma cansou
Há já algum tempo que não sei nada
Contos de fada
Canções de embalar
Sussurros para o ar
Há já algum tempo que tento viver
Que me sinto a arder
Me sinto a envelhecer
Mesmo a apodrecer
Há já algum tempo que não brinco
Só estilhaço
Não sinto
Só trinco
Há já algum tempo...
Há já muito tempo...
Estou proibido de sonhar
Estou preso ao meu olhar
Há já algum tempo...

É já muito tempo!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Flor negra...



Este é o meu jardim
Após longa ausência
Em tempo esquecido de mim
Regresso de permanência
Em sonhos de algodão
Cobertos de rugas
Arranhões de raspão
Homens em fuga
Mulheres de capa branca
Seres chegados da lua
Rasgos em mente fraca
Poder em terra nua
Este é o meu jardim
O meu canto por vezes esquecido
O meu pedaço de mim
O meu sonho perdido
Aqui escrevo e te leio
Aqui choro no teu olhar
Aqui consigo ser ainda mais feio
Mas aqui aprendo a amar
Travo a fundo por momentos
Planto a flor negra que há em mim
Crescem no meu olhar rebentos
São rosas e jasmim
No escuro me alimento
Fortaleço as raízes na escrita
De vontades abano ao vento
Aqui te espero na minha guarita

(Este é o meu jardim onde a flor negra cresce dentro de mim...)

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